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A moda e seus meios para melhorar o planeta

Na moda, a criação de uma coleção gera altos gastos de água e de energia e, mais do que isso, a utilização de produtos químicos poluentes. Não que o produto que está para venda seja tóxico, mas seu processo de fabricação inclui substâncias perigosas que eventualmente serão liberadas durante a lavagem das roupas, prejudicando mais ainda o meio ambiente e indo parar em rios, córregos e outros corpos d’água através da rede de esgoto.

Ademais, no Brasil, segundo dados divulgados pelo Sebrae, estima-se que são geradas todo ano 170 mil toneladas de resíduos têxteis, sendo que 80% delas têm como destino lixões e aterros sanitários. Você costuma fazer o descarte de forma correta? Se sim, ótimo! Entretanto, para além do descarte, existem diferentes maneiras de reutilizar suas roupas, como as ressignificando em arte, como o upcycling, o eco fashion e o slow fashion.


Então vamos ficar por dentro dessas tendências?



Imagem: Site Noorism



 

Upcycling: vem ganhando força por conta das efervescências ambientais que vivemos, entretanto o uso desse método não é de hoje. O termo foi cunhado em 1994 pelo alemão Reine Pilz, mas muito antes já estava presente no dia a dia de pessoas com problemas econômicos mundo afora.

O upcycling consiste em reaproveitar um material que se tornaria lixo, utilizando-se de suas propriedades originais, sem a necessidade de intervenções químicas, isso faz deste método uma alternativa frente ao mercado da moda. Entre os benefícios desse processo, destacam-se:

Rentabilidade: os materiais usados ou pré-existentes custam bem menos do que aqueles fabricados “do zero”;

Criatividade: o upcycling necessita e inspira criatividade para transformar os materiais já existentes em algo novo, bonito, único e funcional.

Sustentabilidade: evita que resíduos se acumulem nos aterros e lixões, além de reutilizar o material para produtos novos, sem o uso abusivo de água e energia, como ocorre na indústria têxtil de modo geral.




Eco Fashion: uma ideia de moda sustentável, na qual considera-se todas as consequências ambientais que decorrem dessa produção. O cerne dessa proposta é criar peças sem incluir nenhum processo poluente, produzindo somente aquilo que realmente será usado, não incentivando o uso abusivo de recursos naturais.

A ideologia sustentável começou a se popularizar na década de 1960, muito fortalecida pelo crescimento do movimento hippie. Como a causa ambiental era uma das bandeiras hippies, eles tentavam conviver harmonicamente com a natureza e utilizando de seus recursos da forma menos agressiva possível, e isso incluía também a produção de roupas. Chamam a atenção os seguintes pontos deste modo de produção:

Tecidos orgânicos: materiais que não contêm agrotóxicos, pesticidas e outros agentes que possam prejudicar a saúde dos produtores, dos animais e do solo. O desenvolvimento desse tecido também prioriza a diminuição dos gastos com água;

Idealização da peça sem priorizar a corrida pela venda e a massificação do produto;

Impactar de forma positiva a sociedade e o planeta ao seu redor.




Slow Fashion: com marcas gigantes ditando o ritmo das compras, padronizando a moda e deixando cada vez mais difícil a escolha de peças diferentes, o slow fashion é um contraponto a esse cenário, promovendo mais liberdade nas escolhas dos produtos aos seus clientes.

A produção opta por valorizar recursos locais, elimina popularidade entre produtores, estilistas, marcas, etc., evita intermediários na cadeia de distribuição e possibilita a melhor distribuição econômica entre os agentes da cadeia. Como não se preocupa com a produção em massa, é possível planejar coleções a preços justos que internalizem custos sociais e ecológicos do processo fabril.


Imagem: Puput




 

Uma vez que se adere a atitudes dessa natureza, pessoas nos seus círculos pessoais e virtuais notam seu comportamento, tendendo a seguir seu exemplo. No país, meios culturais de comunicações alavancaram a cultura do fast fashion[1]], impondo um consumo em imagem e na não repetição de roupas, gerando enormes acúmulos no longo prazo, que incentiva uma cadeia de produção baseada na exploração humana e do ambiente.

Opte sempre por pesquisar sobre a marca a qual está comprando antes de adquirir seu produto. Fique esperto na etiqueta de composição, por lá você irá perceber se o produto é ou não agressivo ao planeta.



Imagem: Guia Jeanswear


[1] fast fashion é definido pela produção rápida e em grande escala das roupas.

3 comentarios


Lucas Nunes
Lucas Nunes
21 jul 2021

Excelente assunto!! 🔥

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Victor Trok
Victor Trok
19 jul 2021

Muito brabo mano

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Excelente texto. Parabéns! Está chegando a hora da sociedade repensar todo seu sistema de produção e consumo, e a indústria da moda não deve ficar ausente desse debate.

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